Por que ainda vivemos em uma sociedade onde os transtornos mentais são mantidos em segredo?
- Thaís Conde.🌻
- 19 de ago. de 2024
- 2 min de leitura

Por que ainda vivemos em uma sociedade onde os transtornos mentais são mantidos em segredo? O medo e a ignorância em relação ao diferente criaram uma cultura de silêncio e vergonha.
Lembro de quando decidi compartilhar minha condição com alguns parentes e fui surpreendida pela reação da minha avó. Com preocupação, ela me pediu que eu não me expusesse. Naquele momento, senti que ser eu mesma não era suficiente, como se precisasse esconder quem sou para agradar aos outros. A preocupação da minha avó refletia um passado doloroso, onde o preconceito levou muitas famílias a tentar proteger seus entes queridos das crueldades da sociedade.
Esse medo não surgiu do nada. A desumanização de quem era considerado "louco" ao longo da história criou um legado de vergonha que ainda persiste. Durante a Segunda Guerra Mundial, essa crueldade atingiu seu ápice, com pessoas submetidas a procedimentos desumanos, como lobotomias e esterilizações forçadas, que destruíam suas capacidades e dignidade. Mas será que o preconceito de hoje é apenas um reflexo desse passado? Ou ele é mantido pela falta de compreensão e empatia nos dias atuais?
Embora o passado tenha deixado cicatrizes profundas, o preconceito continua sendo alimentado pela falta de diálogo e pelo medo de enfrentar o desconhecido. A dificuldade em lidar com a diversidade mental perpetua atitudes discriminatórias. Muitos preferem o silêncio ao invés de buscar conhecimento, reforçando o estigma e impedindo avanços para uma sociedade mais inclusiva.
Nesse contexto, meu propósito de me posicionar online, compartilhando minha história de superação com um transtorno oculto, ganha ainda mais significado. Minha história é uma resistência contra o legado de dor que a história nos deixou. Cada passo que dou em direção à exposição pública é também um passo na luta contra o estigma que persiste. Meu compromisso é com a verdade, a transparência e a criação de um espaço onde todos possam se sentir acolhidos e valorizados. Nascemos para brilhar, e minha missão é mostrar que essa luz pode brilhar, mesmo em meio ao preconceito.
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